sábado, 23 de fevereiro de 2013


 metrô e glória

navego gago
entre cadáveres e fotos 3x4
beirando o parapeito
avenidas de enxofre rezam missas de alto-falantes
                                      pelas extremidades
contemplo ocos caixotes de bonecos com sorriso         
                            me dando as mãos de tesoura
papiros cintilantes se oferecem como virgens apertadas em
                                                        multidões de latinhas
fito rostos vazios, corpos ocos de gravata
mulheres vestidas de super mercado
das muralhas brotam vozes demiurgas de comando
                                      que extremecem o peito
mas sigo blindado na flor

blindado na flor

na

flor;

         pela vitória de teus
     beijos refletidos nos
                   transeuntes
       pela promessa
                   de tua
         pele branca
pelo verão
de tuas
    cochas em movimentos rápidos
  pela pharmácia
de teu
 perfume
   pelo santo ofício
de morrer
              dentro-ti

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Lavabo

Louça lúgubre , imovediça
eletristática
tristesplêndida 
diante do
lago chora tuas lágrimas
de mercúrio
circunspecta em teu altar
de gelo industrial

feminina pia
iodélica
oceano vertical de sensações
aquosas
ovula silenciosa teu
beijo gelado 
pela manhã primaveril