terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Lua anarquista
larga teus cachos
nesta canção
prisioneira ainda

Lua anarquista, lua minha
me ensina a tua música
tua mística
de exceção

Lua anarquista
lua, lua
sempre nova, sempre a mesma
teu segredo
tua febre
não é ordem
nem conquista



Na montanha, no deserto, na foz
no topázio, na caatinga, na brisa
no estreito, na colina, no raio
na savana, no carvalho, na praia
na lua, na neve
no vale, na nuvem
no lodo, no lodo
na tulipa, na cratera, no condor
no cometa, na aurora boreal
na montanha, no rochedo, no trovão
no cruzeiro, no delta, no atol
na prata, no cobre
no ar, na gaivota, no sol
na calda do pavão
na ostra
na estepe
no abismo
no lado escuro da lua
nas infinitas distâncias

toca um telefone

Semeamos o quarto selvagem
cúmplices
da fruta servida pelas aves de longe
e de perto
da caridade das flores
alugamos a maça e a garça
dormimos na concha, próximos ao
rochedo que enfrenta o mar
montamos bestas raras
de chifres e olhar de pássaro
sobre cavalos
conjugados corações em festa
do lado esquerdo aves contemplam
admiradas, enquanto o casal baila
com a água na cintura
a mulher pirâmide
dá o fruto vermelho
atravessado
do outono
as samambaias também
cantam
transfiguradas
rente ao rio
o quati e o bode
afilhado dos deuses de chifre
sonha a paisagem prenhe
de fúria e esplendor
dos que copulam
o outro lado
da terra roxa

domingo, 20 de janeiro de 2013

Luar Zen Cocaína

espelho & chicote


me castiga


me ilumina